Terminou ontem o Campeonato Brasileiro de Windsurf Slalom, que aconteceu entre os dias 4 a 7 de setembro, na Praia de Manguinhos em Búzios, Estado do Rio de Janeiro.

Participaram atletas de todo o país na modalidade Slalom.

O Slalom é uma corrida disputada em forma de regata com percursos marcados por bóias. As marcas ou bóias a serem montadas ou contornadas pelos velejadores, são dispostas na raia de forma a deixar o percurso sinuoso e em de um “M”, no sentido Downwind (a favor do vento).

O Slalom é uma das modalidades mais rápida do Iatismo. A velocidade mais rápida alcançada por um windsurfista é de 53,27 nós ou 98,65 km/ h, alcançada por Antoine Albeau (França) em Lüderitz, Namíbia, em 2 de novembro de 2015. O recorde foi verificado pelo World Sailing Speed ​​Record Council (WSSRC).

O evento tem como patrocinador oficial a Prefeitura de Búzios e a Secretaria de Esporte e Lazer. Realizado pela ACW, ABWS e a Escola e Centro de Treinamento Bimba Wind no Búzios Vela Clube. E contou com apoio do Posto Jubarte, Gráfica Up Comunicação, Green Flip Flop e Rede de hotéis Kastel.

Dia 01
Muitos acreditam na maldição do campeonato.
Aquela mandinga do vento estar soprando com 20 knots na véspera e no dia da competição ele parar total.
Pois bem. Crendices a parte, foi o que rolou hoje no primeiro dia do Campeonato Brasileiro de Slalom na Praia de Manguinhos em Búzios. Não que tenha sido surpresa para a galera pois a previsão era clara sobre a virada do vento que ontem soprou de nordeste de médio para forte e hoje virou um sudoeste bem fraco com rajadas máximas de 12 knots.
Feita a reunião de comandantes às 13h00, ficou acertado que largaríamos às 14h30.
A flotilha foi para água e a CR fez a primeira largada sendo que poucos conseguiram completar o percurso  com a maioria tendo que cambar para fazer as boias.Serviu como treino para o brasileiro de FW (rsrsrsrs).
Mais duas largadas foram dadas, mas o vento não se sustentava na raia. Ficou bem claro porque a PWA colocou o Slalom Foil nas suas competições.
Mateus Isaac (BRA 7) e Marcinho (BRA 27) de Foil fizeram fácil o percurso, ou seja, se estivéssemos de Foil (o que era permitido) rolariam as baterias com certeza.
A  questão é que amanhã também será um dia com pouco vento. Mas ainda teremos segunda e terça para fazermos as baterias. Então o resumo do dia é que continua todo mundo na estaca zero, e que mesmo com pouca gente na raia vai ter disputa em todos os níveis.
Mateus (BRA 7) de Foil ou de quilha é a atração do evento por estar em um ritmo bem diferente de todos os demais, chagando do mundial de IQ FOIL, onde ficou entre a elite da classe e de uma temporada de teste na costa da Espanha ajudando no desenvolvimento dos equipamentos Severne/Starboard. Bimba (BRA 1) mostrou que está afiado. Largou bem e andou bem no pouco que deu para fazer. Mas o Klayton estava sempre ali junto também. Léo (BRA121)  com seus centos e poucos quilos ficou de espectador na raia. E nós (os veios) também boiamos com força, mas valeram as gargalhadas dentro e fora da água.
Só preciso registrar que devemos analisar o que está acontecendo de errado  nesta programação do calendário que apresentamos para este ano, porque um campeonato brasileiro em um local show de bola como Búzios, obrigatoriamente, tinha que ter pelo menos umas trinta cabeças na água, mas nem mesmo os caras da região apareceram para dar um calor na raia.
É de se pesquisar, e analisar se este formato de competições está sendo o melhor mesmo.
No mais é descansar e amanhã voltar para raia com 08 ou com 20 knots, o que importa é estar na água.
Até lá então.
 
Dia 02
O Vento, como previsto, não apareceu. O que impossibilitou a realização de regatas.
 
Dia 03
O dia de hoje foi o dia de garantia do campeonato já que o vento sudoeste não soprou forte o bastante ontem para  que as baterias pudessem valer, mas hoje fez valer as previsões e deu o ar da graça variando de 10 a 16 knots na raia.
Quatro baterias foram realizadas com a flotilha inteira na largada.
Cada um procurando a rajada que levaria até a linha no tempo certo. Em praticamente todas as baterias teve gente que boiou na primeira boia, o que forçava a galera a bombear para retomar o ritmo.
No mais ficar atento às rondadas. Mas esteve bem divertido e disputado. Mateus Issac (BRA 7) estava bem rápido com o seu slalom Foil, usando uma asa bem pequena na frente. Na verdade, o grande diferencial entre o Foil e a quilha nem é a velocidade e sim os jibes em que o Foil tem grande vantagem no vento fraco. Klayton (BRA 4444), largou bem e acelerou bastante para ficar com três segundos lugares, com Bimba (BRA 1) ali nos calcanhares provando que quem é Rei nunca perde a majestade. Na disputa do Grandmaster, Guto Brito (BRA 941) vai levando vantagem, com Anjinho (BRA 768) dois pontos atrás e eu com cinco pontos. No Junior, Marcinho (BRA 27) foi de IQ Foil e lidera tendo a quarta colocação geral. Moleque bom que foi vice-campeão na etapa de foil em Icaraizinho. A CR desenrolou rápido e deu tempo de fazer as quatro baterias e retornamos para praia já com pouco vento. A previsão era boa para as 14h00, mas não vingou. Voltamos para raia boiando, largamos e foi cancelada para que voltássemos pulando de rajada em rajada até a praia. O dia terminou nublado e sem vento com uma sensação de que já está finalizado. Mas há uma previsão de vento para as 15h00 de amanhã e como a última largada possível é às 16h00 ainda temos cartas na mão para jogar.
Então até amanhã em mais um diazinho aqui em Búzios.
 
Dia 04
Último dia do Brasileiro de Slalom e o vento respondeu às previsões. Às 15h00 a CR registrou 12 knots  na raia. Fomos para água e foram dadas três largadas, as duas primeiras canceladas ao final da segunda perna. Valeu a terceira, mas com a turma do meio para trás ficando com alguns buracos. Os foils chegaram na frente com Mateus Isaac (BRA 7) fechando todas as baterias em primeiro e Marcinho (BRA 27) chegando em segundo na regata do dia e fazendo um quarto lugar geral no campeonato, sendo superado por Klayton (BRA 4444), primeiro de quilha, e por Bimba (BRA 1) terceiro geral. Guto Brito (BRA 941) venceu o Grandmaster e foi o quinto geral. Ficou um gap de idade com o novo regulamento e só Leo (BRA 121) esteve na master. No feminino, Alessandra Aragão sempre na água andando bem ficou com o título e Rosana esteve em todas as baterias.
Búzios é um lugar sempre técnico.
Quando forte tem que saber segurar as rajadas e acompanhar a ondulação.
Quando fraco no Sudoeste, tem que aproveitar as rajadas e ter técnica para fazer funcionar o equipamento.
Pena que tivemos poucos velejadores, pois o evento foi muito bom. Organização boa. CR bem desenrolada e alto astral.
Agora é olhar para o calendário e ver quantos dias faltam para o início do Sul-americano de Portinho. Um evento que tem tudo para ser top.
A gente se vê lá.
Report Ricardo Conde BRA 8