O windsurf nasceu no meio do espírito libertário dos praticantes de surf, mas ao se consolidar no meio das competições de barco à vela acabou absorvendo a maior parte de suas regras e formalidades. Por isso, quem começa a participar de campeonatos de windsurf, sem antes ter vindo de uma escola de vela, pode ficar bastante perdido com tantas regras.
Quem elabora, atualiza e mantém as regras internacionais de todo tipo de competições à vela é a World Sailing (WS), também conhecida como ISAF (International Sailing Federation). Este vasto documento de mais de 180 páginas traz tanto regras de competição, quanto protocolos de navegação e princípios éticos para o velejador. É revisado a cada quatro anos e chamado de RRS – Racing Rules of Sailing e a edição atual é a “RRS 2017 – 2020”. Você pode ler esse documento online, mas a WS é detentora dos direitos de reprodução e divulgação, por isso só vai encontrá-lo no site oficial ou no da unidade federada devidamente autorizada.
Para aprimorar a experiência, alguns esportes possuem regras complementares ou modificadoras das regras gerais em apêndices do RRS. O windsurf, por exemplo, tem vários complementos debaixo do Apêndice B. Hierarquicamente, o que for definido no apêndice sempre prevalece sobre a parte geral, objetivando atender às necessidades da modalidade. Desta forma, se você quiser ficar bem entendido de regras de navegação, terá que estudar a extensa parte geral do documento e o complemento para windsurf.
Já o Apêndice G trata das regras de identificação nas velas e é ali que o nosso famoso “BRA”, prefixo do registro do velejador associado à ABWS, é definido como sendo as Letras de Identificação Nacional do Brasil. A regra G2 deste Apêndice abre exceção para que autoridades nacionais ou associações de classe elaborem suas próprias regras de adesivação, e por isso a International Windsurfing Association (IWA) tem sua própria brochura regulando esta parte para o windsurf. Durante a pesquisa deste artigo, a brochura da IWA disponível ainda apontava para o quadriênio 2013 – 2016, restando presumir que continua válida durante o RRS atual 2017 – 2020, até que outra seja publicada.
Seguem então as principais especificações quanto ao grafismo de identificação nas velas de windsurf, consolidando as partes da RRS e da brochura da IWA:
- Deve-se usar as três letras nacionais, conforme tabela da WS, seguidas de um hífen (-) e um numeral designado por sua autoridade nacional (ABWS para Windsurf) de no máximo 4 dígitos( Ex: BRA – 1, BRA – 12, BRA – 123 ou BRA – 1234)
- As letras devem ser maiúsculas, os numerais em números arábicos na cor preta sobre fundo branco opaco excedendendo no mínimo 30 mm em torno do texto, recomendada a fonte Helvetica ou equivalente.
- Deve haver apenas um adesivo em cada lado, do mesmo tamanho e aplicados apostos um ao outro. O alinhamento é sempre paralelo ao solo, considerando a vela em pé, obviamente.
- Não deve haver outros adesivos na mesma área adjacente.
- Para achar o local de aplicação na sua vela, basta localizar o painel central entre o topo da vela e a retranca e posicionar o mais próximo possível da esteira da vela.
Mas talvez você já tenha notado que alguns campeonatos não obedecem essas regras, como a PWA Tour, que apesar de ser um evento ligado à WS cada atleta tem um desenho diferente de numeração. Isso acontece simplesmente porque os organizadores e seus juízes não se importam com esse detalhismo e não precisam reaproveitar material em eventos que exigem.
Bem, sem mais chatices, você pode levar cópia deste arquivo modelo em CorelDRAW para sua gráfica e só editar seu numeral antes de imprimir. As medidas já estão dentro das regras: Modelo Adesivo ISAF Windsurf em CDR
Referências:
Política de direitos de uso e reprodução do RRS
RRS em português, Tradução da Confederação Brasileira de Vela 2017
IWA – Sail Numbers for Windsurfing Racing Classes 2009 – 2012